
Numa das minhas recentes incursões por terras bávaras percebi melhor o significado das palavras: longe do céu. De facto, estar longe do céu, implica na maior parte das vezes, expormo-nos a provações, tais como, palmilhar caminhos desconhecidos, gerar novas amizades, ouvir línguas estranhas e aprender a respeitar culturas e sentires diferentes. No regresso a mudança é fundamental, porque conhecemos outra parte de nós próprios, por vezes adormecida, ou somente, assediada por desilusões pontuais. Longe do céu, mas próximo dos que, verdadeiramente, nos amam e, sobretudo, nos respeitam como pessoas que somos. Nunca irei esquecer a expressão das lágrimas contidas nos olhos do meu “mouro” amigo, ao conhecer o meu filho João Martim. Era Amor sincero e desinteressado, longe do céu, mas no seio da nossa Amizade, construída por gestos irreparáveis e por desculpas mudas que se tornam desnecessárias quando a Amizade perdura, mesmo longe do Céu.