28 fevereiro 2006

25 fevereiro 2006

Margem da Ausência...

"Tu és a alegria primordial, a liberdade absoluta, que eu não aguento longe de mim, noutros cenários, noutros convívios, dando a alguém que não eu a vida inteira o afecto que de ti transbordam.
Sei que este amor é excessivo e devia poder controlá-lo (ninguém esgota ninguém), que posso eu contra o facto de tu viveres sempre o presente e estares bem onde estás, com quem estás, na mais inocente das relações ou, quem sabe, na mais subitamente intensa?!
Simplesmente sofro. Um dia acordarei talvez de olhos secos e frios e dir-me-ei: “Consigo viver por mim e sorrir mesmo sem ti e olhar a vida como um jardim ligeiro, onde há plantas e flores voltadas para mim. Conseguirei? Pouco mais vejo no ecrã do mundo que não sejas tu ou as coisas que tu vês e que eu quero só para ti.
(…)
Agora dirás talvez a outro as palavras que nunca me disseste. As caricaturas humanas transformaram-se, ou mudam de repente, e tu és tão imediata, inteira e radical nos teus gestos que de um momento para o outro podes alterar a rota. Ou não? Eu serei aquele que está certo, seguro, lá longe (aqui ao pé do mar), enquanto a vida nova e excitante fluí ao teu lado, ou nem isso: serei apenas aquele que findou, o tempo sobre o qual cai o pano. Estou decerto exagerando, rente ao masoquismo. Eu sei que não consigo, neste desterro por nos escolhido, imaginar-te, a chama que tu és, dando ao desbarato sorrisos, superlativos, movimentos e palavras quentes, a outros amigos, presa noutros afazeres e noutros ócios, noutra existência, tu que tão depressa e desprevenidamente te afeiçoas e inventas as pessoas, tu que és ao mesmo tempo grito, solidariedade, indignação, carinho e desprendimento…"
Margem da Ausência

23 fevereiro 2006

Anónimo...

"Tenho guardado na memória e no coração,
Cada olhar brilhante que trocamos,
Cada sorriso feliz que sorrimos...
Cada aperto de mão que nós demos...
Cada mensagem enviada,
Cada palavra dita...
Cada lágrima de alegria chorada
E cada música ouvida
E cada conversa que tivemos
Dentro da amizade, cumplicidade
E afinidades tão grandes...
Seria uma emoção de invadir o coração...
Saber que guardas na tua memória...
Que eu te amei, que te amo, e que te amarei...
Pois não ha distância que afaste um grande amor...
Nem tempo que faça esquece-lo...
Nem barreiras que não sejam vencidas por Deus...
Mesmo que hoje não consigas ver que és especial...
TU és muito especial para mim..."
Anónimo

19 fevereiro 2006

“Para tão longo amor, tão curta a vida…”

Refugiei-me tantas vezes nesta folha branca, da era digital, onde escrevi em tons de desabafo, entornando os meus medos, os meus sentimentos, criando dedicatórias e historias, algumas verdadeiras, outras ilusórias…
Na escrita, pelo prazer que me devolve, uso a criação, tentando que distorça a verdade, aludindo as minhas histórias… histórias que poderiam ser de outro Ser qualquer…
No Ditos & Contos, conheci um outro lado da condição do Ser, do Estar, manifestações expressas de ternura, de gente que nunca vi, com quem nunca falei, gente a quem nunca ofereci rigorosamente nada, nem nunca prestei ajuda nem atenção… esta gente existe… alguma gente desta “estacionou” no Ditos & Contos…
Pensei muitas vezes, escrever palavras de agradecimento, carinho, afecto, para todos aqueles que aqui pararam e para todos aqueles que me faziam (mesmo sem saber), correr para o e-mail à procura de mais uma mensagem…
Aqui estou eu… a escrever… anunciando uma despedida, não da escrita, porque não seria capaz de abandonar este prazer, mas… de todos aqueles que, mesmo sem me conhecerem, me incentivavam com as suas visitas…
“Para tão longo amor, tão curta a vida…”, numa alusão ao amor, à vida, aos instantes que cada um de nós deixa passar… Imagino que fosse esta a manifestação, a verdadeira intenção de Fernando Pessoa, no momento deste registo…

09 fevereiro 2006

Partida...


A tua partida,
Ensinou-me a vencer o medo…
A compreender
O significado da saudade…

Ensinou-me a chorar…
A conquistar força para caminhar…
A decifrar a dor…

A tua partida,
Permite-me compreender,
A ignorância do sentimento,
De quem não sentiu ainda a partida…
De quem não sentiu ainda a dor…

A tua partida,
Faz de mim um Ser forte…
Que cresce com dor,
Uma dor maquilhada,
Na arma do rosto…

06 fevereiro 2006

Euforia...

Não consegui esconder a felicidade da noticia… Agora o convite era obrigatório… tinha de ser feito… eu sabia que acabavam por aceitar, sentia que gostavam de mim… apressei-me a procurar o telefone… Marquei o numero… do outro lado, ouço uma voz simpática com sotaque brasileiro…
Eu não tinha nada, absolutamente nada, para lhes oferecer, além da amizade e da minha felicidade naquele instante… bebemos vinho e petiscamos para festejar, conversámos muito, o sotaque fez-se sentir horas... eram aquelas as vozes que me transmitiam a calma que eu necessitava… foi um momento de euforia, que hoje consigo arquivar nas minhas estantes…

05 fevereiro 2006

Fantasias...


Escondo de mim,
De ti,
De todos,
Na tua presença…

Na ausência,
Confesso,
O amor,
A ternura,
A dependência…
A fantasia,
Sem a sensação,
Da experiência,
E da verdade…

Imagino sem sentir,
O que nunca aconteceu…

04 fevereiro 2006

Palavras Silênciosas...


Entre ditos e contos,
Resiste a verdade,
A razão,
Os pensamentos,
Tantas vezes,
Reais,
Tantas vezes,
Imaginários,
Escondidos,
Diante,
Das estantes da memória,
Das palavras silenciosas,
Dos rostos ocultos…