29 janeiro 2006

Nunca Encontrado...


Feito e desfeito,
O sonho,
Depois de refeito,
Vivido,
E perdido,
Mantido,
Ou nunca conseguido,
Cuida,
Ou serviu,
Para cuidar,
Um amor,
Próximo,
Que chega,
Sem nunca chegar,
Porque o amor,
Chega sempre,
Nunca só,
Sempre,
Acompanhado,
Com a loucura,
E o tempo,
Criados,
Ou inventados,
Para amar,
O desconhecido,
O achado,
Nunca encontrado…

22 janeiro 2006

Vestígios...


Vestígios de dor,
Revestida na arma,
Que o rosto ostenta,
Que o corpo carrega,

Para esta plateia,
Para quem represento,
Com quem vivo,
E morro…

Para esta plateia,
Imperturbada…
Assistindo serenamente,
À evasão…

Do prazer da escrita,
Da confissão em cada sinal,
Que na composição,
Revela sobre mim,
Historias,
Que me acompanham,
Que me definem…

11 janeiro 2006

Muriel - Ruy Belo

"...Eu chegava primeiro e tinha de esperar-te
e antes de chegares já lá estavas
naquele preciso sítio combinado
onde sempre chegavas sempre tarde
ainda que antes mesmo de chegares lá estivesses
se ausente mais presente pela expectativa
por isso mais te via do que ao ter-te à minha frente
Mas sabia e sei que um dia não virás
que até duvidarei se tu estiveste onde estiveste
ou até se exististe ou se eu mesmo existi
pois na dúvida tenho a única certeza
Terá mesmo existido o sítio onde estivemos?..."

09 janeiro 2006

Regresso...


No regresso… a este lugar, agora sem a tua companhia, mas com a coragem conquistada no tempo, de olhar e recordar sem medo, o medo marcado pela tua partida… Recordo todos os caminhos que pisámos de mãos dadas, abraçados aos nossos sonhos…

Redescubro a janela, precisamente aquela, no café da praça, onde um dia qualquer, no passado, entramos e juntos a ela, comentávamos e observávamos os movimentos das pessoas, que completavam com vida aquele lugar, tão bonito e tão habitado... mas naquele instante, apenas nosso, onde bebíamos, para refrescar os nossos corpos, do calor natural que a estação fazia sentir.

03 janeiro 2006

O Silêncio do Amor....


No espaço vazio,
Desprovido da razão,
Termina o silêncio…

Abandonados os corpos,
Cedidos às manifestações,
À expressão dos afectos…

Desprendida a arma do rosto,
Confessam-se,
Declarando o amor…